quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Às vezes tomo um caminho disperso
acreditado alucinadamente contemplar
mais do que a visão alcança
Tolice dissimular que eu possa entediar-me
se imaginação tenho com mais força
que a razão...
Tenho essa visão doidivanas das coisas
Deixo meus olhos mais atentos
deixo minhas fantasias tomarem conta de mim
ando devagarzinho desviando das emendas das calçadas

Ah! como são belas as cores das coisas todas
Há uma moça na janela
Perturbo-me com seu jeito feminino
e um olhar perdido
Reconheço meu olhar no dela
Apaixono-me irremediavelmente!
-Sempre me apaixono por um instante do dia-
Não conto novidade nenhuma
Só que meus escritos
já tem compromisso certo com os suspiros...
Ela se afasta
Decoro seu semblante
E eu sei já sorrir...
Foi assim que aprendi
Não sirvo para paixões longas
Estou mais para lembranças:
nunca as perco...
-Deixo para os cronistas descrever socialmente o que a cidade oferece-
Eu, egoísta, fico com as cores.
com os vultos que vejo:
com os imagináveis
com as historias que tomo posse dos edifícios
das esquinas
dos becos
e as paixões que invento
e as que deixam em mim

Luciano Lopes

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