intuições, anotações, interiores e avessos.
Pode soar polêmico, eu sei.
Mas eu não gosto de amor melado.
Eu prefiro a intensidade em suas outras formas.
Eu me desfaço.
E me refaço toda.
Eu me desarrumo,
me descabelo.
Visto-me de tudo.
Mas nada respiro aqui fora.
Volto e me arrumo.
Saio e me perco.
Caminho e não me acho.
Essa coisa de ser insossa não sou eu.
Desfaço malas, deixo perguntas na alfândega,
levo anseios na viagem.
Viajo pessoas e lugares.
Questiono a tristeza, poetizo a alegria.
Mas o que me interessa mesmo é ser intensa.
É rasgar o ventre,
desamarrar as cordas ,
desatar os nós.
É me apegar aos alagados e não aos contidos.
Aos que investem em sentir sem medo
e se doar em grande estilo.
Aos ricos de desejo e pele quente.
Aos que nem sempre concordam comigo.
E se enfurecem e esbravejam.
E abrigam nisso, um tesão imenso.
E se molham de chuva,
e se vestem de grama, e rolam no chão.
Porque se não for pra sentir, que eu não seja então.
Erica de Paula
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