quarta-feira, 18 de julho de 2012

UZES DA RIBALTA

        Descem as cortinas
        Atos tão esperados...
        Contracenando o “Amor e a Paixão”

        Monotonia ou dor?...Frígidas são as promessas
        Em cena adágios... Tensos conflitos
        Romeu e Julieta... Mortos por amor, em atuação.

        Sem piscar revelo-me sem mudanças
        Como Grand Finale... Calientes apaixonados
        Nostálgicos, famintos se amam no chão.

        Soltas no ar... Doces são as meias palavras
        Num inabitado canto... Sem encanto... Sem versos
        Fugindo de um turbilhão de emoção.

        Trazido de inesquecíveis noites em orgias
        Deixando dúvidas... Só tradução para os amados
        Estarrecidos numa platéia desatenta, perco a razão.

        Volto em cena... Meu corpo em ardentes chamas
        Erro a fala, estremecemos, como amantes fascinados
        Artistas improvisam texto... Tremo e perco o chão.

        Dou adeus a minha carreira... Diga apenas que me amas!
        Lentos segundos revelam-me alta destruição... Lágrimas nos espelhos
        Total constrangimento... Seguidos de vaias... Sofro minha perdição.

        Perco a noção... Frio meu corpo em tuas mãos
        A vida não perdoa com “Amor ou com Paixão”
        Repouso em ti, sem pulsar meu carente coração.

        Morro em conflitos... Renegando viver na solidão
        Um grande amor perdido sangra, em sofreguidão
        Como restos mortais... Adão e Eva... Pecados e Sedução.

        Cláudia Vidinhas.

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