UZES DA RIBALTA
Descem as cortinas
Atos tão esperados...
Contracenando o “Amor e a Paixão”
Monotonia ou dor?...Frígidas são as promessas
Em cena adágios... Tensos conflitos
Romeu e Julieta... Mortos por amor, em atuação.
Sem piscar revelo-me sem mudanças
Como Grand Finale... Calientes apaixonados
Nostálgicos, famintos se amam no chão.
Soltas no ar... Doces são as meias palavras
Num inabitado canto... Sem encanto... Sem versos
Fugindo de um turbilhão de emoção.
Trazido de inesquecíveis noites em orgias
Deixando dúvidas... Só tradução para os amados
Estarrecidos numa platéia desatenta, perco a razão.
Volto em cena... Meu corpo em ardentes chamas
Erro a fala, estremecemos, como amantes fascinados
Artistas improvisam texto... Tremo e perco o chão.
Dou adeus a minha carreira... Diga apenas que me amas!
Lentos segundos revelam-me alta destruição... Lágrimas nos espelhos
Total constrangimento... Seguidos de vaias... Sofro minha perdição.
Perco a noção... Frio meu corpo em tuas mãos
A vida não perdoa com “Amor ou com Paixão”
Repouso em ti, sem pulsar meu carente coração.
Morro em conflitos... Renegando viver na solidão
Um grande amor perdido sangra, em sofreguidão
Como restos mortais... Adão e Eva... Pecados e Sedução.
Cláudia Vidinhas.
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