sábado, 20 de outubro de 2012

Volto a dizer:
você me dói.
Dói muito.

E eu não consigo abrir mão,
dizer não, fingir estranheza,
ignorar o magnetismo,
o lirismo desmedido dos diálogos,
as declarações de olhar,
de mar, de corpo que não sabe esconder.

Eu não consigo desviar do caminho,
da boca, das intenções.
É um complô do tempo:
que não faz  passar, dissipar,
que se nega a amenizar nossas pulsações.

E tenho a impressão que te conheço tanto 
que desconheço a tua possibilidade
de partir por iniciativa própria.
Você não vai.
Eu te mando embora e você volta.
 Liga, desliga, me abre o coração.

Me dói tudo,
inclusive essa tua voz
carregada de verdades.
De instabilidades e insistências.

Eu fico porque sei não,
desprender-me dos teus laços vermelhos.

Nos vestimos
deste querer absurdo
e acendemos estradas,
olhos e  caminhos.

Permanecemos até amanhã, talvez.
 Até a próxima dor.
Ou até o próximo "para sempre" que encontramos.

Ou melhor, até que o "para sempre", nos encontre.

Erica de Paula

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